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Pré Diabetes

SAIBA MAIS SOBRE O PRÉ DIABETES

 

O diabetes mellitus tipo 2 é uma das condições mais comuns em todo o mundo. Um estudo recente, de junho de 2023 publicado no jornal médico “The Lancet”, um dos principais veículos do mundo, mostrou que atualmente há cerca de 529 milhões de pessoas vivendo com diabetes. Esse número deve chegar a 1,31 bilhão de indivíduos até 2050. Então, como reconhecer de forma precoce se você tem um risco maior de desenvolver diabetes? Essa resposta e muito mais sobre o tema você pode encontrar aqui.

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O QUE É O PRÉ DIABETES?

 

          O pré-diabetes não é uma doença em si, mas sim uma situação onde o risco de desenvolvimento de diabetes é cerca de 6 vezes maior do que em indivíduos com glicemia normal. Portanto, seu reconhecimento é fundamental para iniciarmos medidas que possam prevenir e retardar o surgimento do diabetes.

O pré-diabetes pode ser diagnosticado por três formas diferentes, de acordo com a American Diabetes Association (ADA):

 

- Hemoglobina glicada (HbA1c) entre 5,7% e 6,4%

- Glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dL

- Teste oral de tolerância à glicose 75g (TOTG) com glicemia dosada 2 horas após entre 140 e 199 mg/dL.

 

O QUE É RESISTÊNCIA À INSULINA?

 

A resistência à insulina é o processo que basicamente dá origem ao diabetes tipo 2. Ela é causada por uma combinação de fatores, mas o principal fator de risco para a resistência insulínica é o excesso de peso. Situações como o uso de corticóides, medicações e a alteração de alguns hormônios também podem levar a esse processo. Indivíduos com resistência insulínica costumam ter dosagem de insulina alta, bem como o índice HOMA-IR elevado, porém estas medidas têm pouca relevância na prática clínica.

 

O QUE É INTOLERÂNCIA À GLICOSE?

 

          A intolerância à glicose é o termo utilizado para definir uma alteração no teste oral de tolerância à glicose, e na maioria das vezes pode ser utilizado como um sinônimo para pré-diabetes. 

 

COMO EVITAR QUE O PRÉ DIABETES SE TORNE DIABETES?

 

          Estudos como o Diabetes Prevention Trial (DPP) mostram que a principal intervenção capaz de reduzir o risco de diabetes é a mudança no estilo de vida. O risco de desenvolver diabetes reduz em 16% a cada quilo perdido. Além disso, no estudo DPP, pacientes que perderam 7% do peso e praticaram 150 minutos por semana de atividade física conseguiram reduzir o risco de desenvolvimento de diabetes em 58%. 

          A segunda intervenção mais importante é o uso de medicações. É sabido que diversas medicações podem reduzir o risco de evolução do pré diabetes, como por exemplo:

 

  • Metformina (Glifage ®)

  • Pioglitazona (Stanglit ®)

  • Liraglutida (Victoza ® ou Saxenda ®)

  • Semaglutida (Ozempic ® e Wegov ®)

  • Orlistate (Xenical ®)

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DEVO UTILIZAR ALGUMA MEDICAÇÃO PARA O PRÉ-DIABETES?

 

A primeira medida que deve ser conversada com o paciente é sobre as mudanças no estilo de vida. Uma vez implementadas, podemos considerar o tratamento medicamentoso, sabendo que as seguintes situações são as que o benefício é maior, de acordo com a American Diabetes Association (ADA):

 

- Glicemia de jejum ≥ 110 mg/dL

- Hemoglobina glicada ≥ 6,0%

- Dosagem de glicemia no teste oral de tolerância à glicose (TOTG) entre 173 e 199 mg/dL

- IMC > 35 kg/m²

- Mulheres com diabetes mellitus gestacional (DMG) prévio 

QUAL A MELHOR MEDICAÇÃO PARA O PRÉ DIABETES?

 

A melhor opção de medicação para o pré-diabetes é individual e depende das características de cada paciente. Devemos levar em conta dados como:

 

- Obesidade ou sobrepeso

- Presença de alto risco cardiovascular

- Insuficiência cardíaca

- AVC prévio

- Doença hepática gordurosa não alcóolica 

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          Após a análise dessas e outras comorbidades, além das contraindicações, podemos escolher qual será a melhor medida terapêutica para aquele determinado paciente. Vale destacar que a metformina é a medicação mais estudada nesse cenário, com estudos de longo prazo mostrando benefício em prevenção de diabetes mesmo após 16 anos de uso. Considerando esse fator, sua ampla disponibilidade e custo-efetividade, acaba sendo a opção mais prescrita nesse cenário.

PODEMOS SUSPENDER AS MEDICAÇÕES SE O CONTROLE DO PRÉ DIABETES ESTIVER ADEQUADO?

 

          Normalmente não devemos suspender as medicações, já que é justamente o uso prolongado que demonstrou eficácia nos estudos em redução do risco de se desenvolver diabetes. No entanto, é possível individualizar a abordagem em situações onde grandes mudanças no estilo de vida foram implementadas e mantidas.

PAPEL DO ENDOCRINOLOGISTA NO CUIDADO DE PESSOAS COM PRÉ DIABETES

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          O Endocrinologista diabetologista pode desempenhar um papel importante na prevenção do diabetes, trabalhando em conjunto com o paciente na mudança de estilo de vida e desenhando a melhor estratégia medicamentosa em cada caso. Evitar o surgimento do diabetes é um investimento que pode garantir anos com maior qualidade de vida e saúde.

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Para mais informações sobre pré diabetes, não deixe de conferir a sessão de artigos do site e também a minha página no portal Pebmed, onde sou colunista de Diabetes e Endocrinologia e comento artigos médicos com maior rigor científico.

 

E se tiver alguma questão, entre em contato conosco e/ou agende sua consulta.

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*O conteúdo deste site é de autoria de Luiz Fernando Fonseca Vieira, detentor de seus direitos intelectuais. É expressamente proibido qualquer reprodução do conteúdo ou cópia do mesmo, sendo cabíveis as medidas jurídicas necessárias.

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Referências:

 

  1. ElSayed NA, Aleppo G, Aroda VR, Bannuru RR, Brown FM, Bruemmer D, Collins BS, Hilliard ME, Isaacs D, Johnson EL, Kahan S, Khunti K, Leon J, Lyons SK, Perry ML, Prahalad P, Pratley RE, Jeffrie Seley J, Stanton RC, Gabbay RA, on behalf of the American Diabetes Association. 15. Management of Diabetes in Pregnancy: Standards of Care in Diabetes-2023. Diabetes Care. 2023 Jan 1;46(Suppl 1):S254-S266. doi: 10.2337/dc23-S015. PMID: 36507645; PMCID: PMC9810465

  2. Buschur EO, Polsky S. Type 1 Diabetes: Management in Women From Preconception to Postpartum. J Clin Endocrinol Metab. 2021 Mar 25;106(4):952-967. doi: 10.1210/clinem/dgaa931.  PMID: 33331893

  3. Zajdenverg L, Façanha C, Dualib P, Golbert A, Moisés E, Calderon I, Mattar R, Francisco R, Negrato C, Bertoluci M. Rastreamento e diagnóstico da hiperglicemia na gestação. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2022). DOI: 10.29327/557753.2022-11, ISBN: 978-65-5941-622-6.

  4. Zajdenverg L, Façanha C, Dualib P, Goldbert A, Negrato C, Bertoluci M. Planejamento, metas e monitorização do diabetes durante a gestação. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2022). DOI: 10.29327/557753.2022-12, ISBN: 978-65-5941-622-6.

  5. Zajdenverg L, Dualib P, Façanha C, Goldbert A, Negrato C, Forti A, Bertoluci M. Tratamento farmacológico do diabetes na gestação. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2022). DOI: 10.29327/557753.2022-13, ISBN: 978-65-5941-622-6.

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